sábado, 15 de janeiro de 2011

Poesia traduzida: "Falha" de Philip Schultz


Falha - Philip Schultz


Para pagar o funeral de meu pai
Eu tomei dinheiro de pessoas que
Ele já havia pegado dinheiro emprestado
Alguém disse: - Ele era um ninguém.
Eu disse: - Não, ele era uma falha.
Você não se lembra
Do nome de um ninguém, esta ai a razão
Porque chamamos os de ninguém.
Falhas são inapagáveis.
O rabino leu a elegia mortuária
Sobre um homem que não seguia nada
Ou não acreditava em coisa alguma
Era ambos sobre uma falha e um ninguém.
Ele falhou em imaginar o filho
E a mulher do homem morto
Sendo coberto de vergonha por cada palavra
Entender que nada
Acreditar ou seguir, demanda
Um tipo de fé e preenchimento.
Um tio, contando nos dedos
Os negócios falidos de meu pai –
Um parque de diversões para debiloides,
Um motel para lua-de-mel ganhas no bingo,
Um boliche com cantores mariates –
Falhou em amar e honrar seu irmão
Que o mostrou como assoviar
Com papel de bala, e com os dedos de
sua mão esquerda e direita. Ainda,
Meu pai era cômico.
Com seu olhar apertado, ele esfalfava-se
Sobre seus ruídos afunilados e roncos
Altos movimentados, onde
Seu cansaço por fim  
o vencia. Ele não acreditava em:
jornais com apólices de seguro,
vegetarianismo ou maldade humana
histórias moralizantes ou Deus.
Nossa família nos alertou,
Uma fumaça de angustia, deixei a cidade
Mas falhei em ir embora.

Philip Schultz é um poeta americano contemporâneo. Leia o original que é bem diferente (decidi fazer uma tradução bem "livre" - isto é, sem vergonha). Leia outra poesia de Schultz, magnifica, "Why". Fica o post para trazer uma palavra de esperança e otimismo para as férias familiares do pessoal.