quinta-feira, 14 de abril de 2011

Tecnicolor

Fumaça. Corpo sem forma. Foi-se a fantasma. Única viva alma cruza o corredor. Cadeira institucional, dor nas costas, primeiro sintoma, segundo, bunda reta e formigada. Um avulso sentado no ônibus, torce o pescoço para uma guria desgrenhada na secada. Fazia os primeiros frios do ano. Sem pessoas. No vácuo entre o domingo e a segunda, a desgradável quietude das 4h. Vermelho-amarelo-verde, amarelo-verde-vermelho. Só assim, na João Pessoa, a dancinha do semáforo era protagonista da esquina. Quem sabe choveria pela manhã, o ensopado da cidade ficaria inchado pelo volume de carros. Contra o vidro, uma pequena mariposa mexe as asas. Por mais que tente, suba e desça sem parar, está encurralada entre o hall e a transparência.

Um comentário:

  1. minha nossa, garota Bach de Oz, te pedi tantas vezes que me mostrasse algo que tu escreve - por que só agora, época desesperada, surge algo etéreo?
    (porque no fundo todos sabem)
    ninguém quer saber que não precisa saber nada pra saber.
    por que começaram a complicar tudo? por que começaram a desacreditar os sonhos?
    ninguém sabe.

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