sábado, 7 de agosto de 2010

Incrível: curioso feriado de um não-país

Decretamos o Dia Nacional do Porre!
Tem mais álcool do que você pode beber. E as conseqüências são todas admitidas pelos patrões "esclarecidos".
É um feriado no qual o dia seguinte se adapta, como complemento mesmo do feriado, aos efeitos do dia anterior. O feriado, por isso, não se adere a restrição temporal comum, não dura o período exato de 24hs, mas está limitado por seu próprio sentido.
As coisas no mundo devem funcionar em favor do nosso Dia do Porre. As atividades ordinárias serão suspensas até o indefinível momento do estágio derradeiro do porre.
Ele se apresenta como um timoneiro, guiando as nossas práticas diárias. Pilotando, do início ao fim, o "dia" dedicado a sua veneração.
E se o principal objetivo é o porre, então deixemos emergir ele, o próprio. Em suas dimensões mais profundas e em seus aspectos mais reveladores. O porre como um ritual estabelecido, como uma construção naturalizada.
Isso quer dizer que não há um sentimento de obrigação para com o porre, no dia do porre. Pelo contrário, o porre, no dia do porre, confirma e reafirma nosso sentimento estritamente voluntário e único de se jogar nos precipícios do porre.
Além disso, diríamos que é legítimo, do ponto de vista legal de nosso decreto - que entra agora em vigor - que as pessoas participantes do feriado não sejam coagidas, de nenhum modo, a exercerem o ritual, e isso se deve ao próprio carácter do feriado. Essas pessoas, as quais, ainda assim, estão submetidas ao nosso decreto, não estão necessariamente convocadas a participação nas atividades do evento. E aqueles, ainda que adeptos fiéis ao ritual, que não desejam se afundar no feriado, tem em seu domínio a opção de participar ou não das festividades.
Aqueles que se decidem a participar devem se apropriar de um sentimento nobre, imbuído de paixão cívica e de orgulho cidadão. Mas, além disso - ainda mais substancial - devem reconhecer a legitimidade profunda e catártica dessa prática.
Importa também reconhecer a diversidade das maneiras como cada cultura representa o dia.
Não se trata, entretanto, de estabelecer uma hegemonia nas atividades. Cada cultura tem o direito de se embriagar da maneira que achar mais adequada.
O importante, contudo, é deixar surgir o ápice da convulsão emocional em seu grau mais genuíno e elevado.

Legalize.
Pelo Dia Nacional do Porre!

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